Na
última segunda-feira, dia 25 de março, ouvindo a Rádio Comunitária
Rainha FM, atentei para a seguinte frase do locutor Valmir Pereira:
““Não ter cultura é o Ponto de Cultura que ta falido e fechado”. Na
qualidade de ativista cultural que sou, não achei que o senhor Valmir
Pereira foi feliz no seu comentário com relação ao Ponto de Cultura
Cantiga de Ninar, de Itabaiana. Até pensei em fazer uma intervenção no
ato, mas considerei que deve ter sido emotivo, afinal de contas, quando
estamos movidos pelas nossas emoções, fazemos e dizemos coisas que
podem ferir os sentimentos das pessoas.
Até comentei com seu colega de
bancada no rádio, o amigo Josemar Tavares no Facebook. Na terça
seguinte, após a sessão da Câmara dos Vereadores, tive a oportunidade de
ver o Valmir Pereira e convidá-lo para um conversa sensata. Informei
que o Ponto não está fechado e nem falido como ele disse. Estamos
passando por uma crise, uma realidade de quase todos os Pontos de
Cultura no Brasil, não somos um caso isolado. Recebemos, sim, a primeira
parcela do Governo Federal em 2004 e fizemos o que constava no plano de
trabalho em sua primeira etapa, depois nos enredamos na burocracia
estatal e no descaso dos entes públicos, mas nossas contas são públicas,
estão na internet todos os meses. Aliás, somos a única instituição de
gestão pública em Itabaiana que presta contas pela rede mundial de
computadores. Falei que hoje o Ponto de Cultura Cantiga de Ninar de
Itabaiana funciona com aulas de violão com o cantor e compositor Vital
Alves, e seguimos com a programação possível. Por exemplo, nos dias 5, 6
e 7 de abril estaremos com o projeto “De Janelas e Luas”, de teatro e
outras atividades.
Confesso que esperava do Valmir Pereira um
maior reconhecimento dessas ações, mas grande foi a minha decepção e
inusitada foi a sua revolta, em altos brados no meio da rua, chamando a
atenção de todos que ali estavam, repetindo as mesmas palavras usadas na
segunda-feira no seu programa, agredindo com adjetivos preconceituosos o
Ponto de Cultura e seus participantes. Não entrei no seu jogo, fiquei
em silêncio, pois minha educação não permite que eu chame atenção das
pessoas de tal forma. Só gosto do foco dos refletores nos palcos onde
atuo. Por outro lado, foi oportuno porque o pretenso comunicador Valmir
Pereira mostrou para as pessoas ali presentes seu modo agressivo,
desrespeitador e arrogante. Essas mesmas pessoas foram testemunhas de
sua má educação. Podemos conferir que quem não tem cultura é Valmir
Tavares que trocou uma conversa civilizada por um comportamento
afrontoso, desaforado, desequilibrado e injurioso.
Tal
comportamento mancha a reputação de uma instituição como a Rádio
Comunitária Rainha, que, na minha opinião, tem sido porta-voz do povo e
a cada dia vem consolidando sua audiência. Atitudes como a do Valmir
envergonham também os outros profissionais que estão fazendo o seu papel
com coerência e ética jornalística. Mas é assim, minha mãe já dizia:
“Meu filho, cada um dá o que tem” E olha que o Valmir trabalha numa
escola, a Odete Mendes de Campo Grande. Será que ele trata seu colegas
de trabalho assim? Certamente não, mas a mim tratou de forma grosseira.
Talvez na sua ótica eu não represente nada e respeito sua opinião. Sou
arte-educador, faço teatro, faço cultura, e se duvida eu lhe apresento o
meu portfólio de atividades culturais onde estive e estou à frente.
Sabe onde eu aprendi? No Ponto de Cultura Cantiga de Ninar.